O uso dos Aditamentos nas Doenças Neurológicas/Neuromusculares

 

Os aditamentos são dispositivos de auxílio da marcha. Existem diferentes tipos, e podem ser utilizados em diversas situações. Atualmente, há uma infinidade de modelos, tamanhos e materiais, e eles são facilmente encontrados em lojas ortopédicas e cirúrgicas e até mesmo em farmácias.

A Fisio terapeuta Isabela Anequini, especialista em Doenças Neuromusculares, reforça que como cada pessoa tem uma necessidade diferente, apenas um profissional pode escolher o dispositivo mais adequado para cada paciente. Esta escolha vai depender do tipo de doença, do quadro clínico-funcional, das dificuldades encontradas na avaliação do padrão de marcha e do ambiente no qual será utilizado. O treino da marcha com o aditamento em ambiente terapêutico antes do uso comunitário é importante para garantir segurança e movimentos adequados.

Andador: é o aditamento que confere maior estabilidade, e portanto, deve ser usado nos casos nos quais há maiores riscos de quedas. Neste caso, todo o peso pode ser transferido para os braços durante a marcha. Para ajuste as manoplas (superfície onde seguramos) devem estar na altura das pregas do punho (pessoa em pé). É importante não ter pressa para andar com andador, ele deve ser colocado a frente na distância de manter os braços esticados, depois deve apoiar a perna lesada e depois a perna saudável. Para o uso do andador é importante que a força dos braços esteja preservada devido ao peso do aparelho. Não se deve subir escadas ou escada rolante com o andador.

Muleta axilar: em par, é utilizada por curto período, em situações pós cirúrgicos, traumas ou fraturas. Nos casos em que esta muleta é utilizada, a transferência de peso corporal para o dispositivo pode chegar a 80%. Para ajuste, a extremidade superior deve estar de 2 a 3 cm abaixo da axila, medido com a pessoa em pé. As manoplas (superfície onde seguramos a muleta) deve estar no mesmo nível do quadril. Os cotovelos ficam levemente fletidos e, a parte superior da muleta deve ficar apoiada contra o tórax e não contra a axila. Não é indicada para uso crônico, por longo período, como nas doenças neurológicas ou neuromusculares.

Muleta canadense: pode ser utilizado o par ou apenas uma das muletas. Possui braçadeira que se ajusta no braço, logo abaixo do cotovelo (antebraço). É mais leve que a modelo axilar e utilizada para pessoas que precisam de suporte por longo prazo, principalmente doenças neurológicas, neuromusculares e doenças reumato-ortopédicas crônicas. A transferência de peso para a muleta é menor que na axilar, cerca de 50%. Como a muleta fica presa ao antebraço pela braçadeira, não há perigo de deixar cair se houver necessidade de soltar as mãos para agarrar algo. A muleta deve ser posicionada a aproximadamente 10CM de distância do pé, evitando tropeços e quedas, e a manopla (local onde se apoia a mão) deve estar na altura do quadril, e o braço deve ficar esticado. Existem várias formas de utilizar este dispositivo, dependendo da necessidade de suporte. No caso de uso de apenas uma muleta, ela deve ser utilizada na mão contrária a perna lesada. No caso de uso de duas muletas no qual se precisa de suporte mínimo o padrão de marcha é de dois pontos (semelhante ao andar sem muletas, movimentando a muleta direita e o pé esquerdo ao mesmo tempo e, a muleta esquerda e o pé direito ao mesmo tempo). Para pessoas que necessitam de mais apoio devem usar a marcha de quatro pontos (mover apenas uma muleta ou uma perna de cada vez, mantendo três pontos em contato com o solo em todos os momentos).

Bengala: é o dispositivo mais simples, usado em casos no qual há apenas uma alteração leve de equilíbrio ou instabilidade, na presença de fraqueza leve nas pernas ou tronco ou ainda em situações de lesões ou dores. A extremidade superior deve ficar ficar ao nível do punho ou na direção do osso trocânter do fêmur (osso da perna). Cotovelos ficam levemente fletidos. A bengala deve ser segurada na mão oposta a perna lesada (ou fraca). Para andar a bengala deve ser colocada um pouco a frente na diagonal e a marcha deve ser inciada com a perna lesada, e terminada com a perna boa.

Cristina Salvioni
Adriana Leico Oda
Eduardo Vital
Simone Andrade
Isa Anequini Leite

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